quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ficha Limpa no lixo!



"Eu não me assusto. Eu não me enquadro na Lei da Ficha Limpa. O entendimento do TSE não pode me prejudicar porque não julgaram o mais importante, que é o mérito do meu caso" Deputado Sarney Filho (PV-Ma).

E é com essa piada que eu começo a escrever sobre esse tapa na cara levado pelo país. Principiando, vamos à notícia no site do jornal Gazeta do Povo: "A Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de políticos condenados em segunda instância ou por um colegiado de juízes, sofreu nesta semana dois fortes 'golpes' em instâncias judiciárias estaduais. As decisões beneficiaram o senador Mão Santa (PSC-PI) e o deputado federal Zequinha Sarney (PV-MA), filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP)." Os TRE-Ma e TRE-Pi passaram por cima da Lei da Ficha Limpa e utilizam como principal argumento o fato dos políticos terem sido condenados antes da lei ser aprovada e os juízes do TRE-Ma votaram contra o impedimento da candidatura do filho do Sarney e o Tribunal de Justiça do Piauí voltou atrás e anulou a própria decisão que enquadrava Mão Santa.

Outros políticos também do Maranhão foram salvos pelo judiciário, ambos se candidatam ao cargo de governador do estado: Jackson Lago (PDT) e Roseana Sarney (PMDB). Mais uma Sarney!

É ou não é um verdadeiro tapa na cara? Pelo amor de Deus, avisem em Brasília que a família Sarney comprou o Maranhão e esqueceu de pagar. Absurdo isso, uma verdadeira afronta! Mas vamos com calma que fugindo um pouco do reduto dos Sarney, outros cantos do país estão passando por cima da Ficha Limpa. Outra piada, agora vinda de São Paulo: "Ninguém tem a ficha mais limpa do que eu" Paulo Maluf (PP-SP). Preparem-se, até as eleições algo me diz que vamos ler e ouvir muitas pérolas que só poderiam ser de políticos brasileiros mesmo.

Acorda BRASIL!

domingo, 25 de julho de 2010

Qualidades presidenciais


Final de mandato do presidente, ano eleitoral, pesquisas de intenções de voto sendo realizadas e corrida eleitoral acirrada entre os dois principais candidatos à presidência, mas será mesmo que ambos são aptos e possuem as qualidades que um bom presidente deve ter para a boa governança?

O segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao fim e pesquisas apontam para um índice alto de aprovação do seu governo. Segundo a pesquisa Vox Populi, a aprovação do governo ficou em torno de 78%, não sofrendo alteração alguma desde junho. Tal pesquisa — apesar do nome em latim — não deve ser tomada como a "voz de Deus" e acho que a aprovação do governo não deveria ser tão alta. Que o presidente foi um homem viajado, isso é inegável, mas com o fim do seu mandato, devíamos nos perguntar o seguinte: quais eram as qualidades do presidente que o Brasil levou em conta para seu governo obter tão alto nível de aprovação?

Não vou me prender em responder extensamente a essa pergunta, mas poderia citar pelo menos uma característica de Lula que muito chamou a atenção das camadas mais pobres: o carisma.
E agora que esse é ano eleitoral, quais são as características fundamentais para o país ganhar um bom presidente?

1. Senso ético: o principal adjetivo que deve acompanhar não só um presidente, como qualquer pessoa em quem votemos, a ética, a capacidade de analisar condutas morais.
2. Humildade: de nada adianta ter um presidente ético, se ele não é nada humilde para com os seus seus ministros e eleitores.
3. Carisma: um presidente sério nas horas certas e carismático na maior parte delas, a base para a conquista das massas é o carisma aliado à humildade.
4. Conhecer bem as leis: uma pessoa que conhece bem as leis do seu país sempre agirá em conformidade com Constituição, sancionando leis que não a violem e jamais se verá em alguma situação constrangedora, como fazendo propaganda eleitoral fora do tempo... não é, presidente?
5. Pagar as promessas de campanha: aí está a característica mais difícil de se encontrar. Falar na hora da campanha que vai fazer mundos e fundo é facílimo, cumprir é que é difícil. Quantas coisas já não foram "esquecidas": reforma agrária é um bom exemplo.
6. Inteligência: predicado fundamental que muita falta faz na cabeça de qualquer representante nosso, atributo importante esse para a manutenção das leis pétreas da Constituição e livrar a nação de projetos de leis inúteis.
7. Autoridade: de nada adianta as outras características citadas acima se um presidente não sabe impor sua autoridade, não de forma ditatorial, claro, mas pra se fazer reconhecer soberano no seu Estado e em pé de igualdade com qualquer outro chefe-de-estado.

Bem, essas são os atributos-chave que um presidente deve ter, na minha opinião, claro, se concorda com eles ou gostaria de acrescentar mais alguns, sinta-se à vontade. Sua participação é importante.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A importância da política


Normalmente é comum em nossas conversas cotidianas, principalmente quando são referentes a escândalos políticos, a generalização sobre a conduta dos nossos representantes. São escândalos como esses que mancham a imagem de todos os políticos, eu quero acreditar que exista gente boa no Senado ou na Câmara, mas diante desse bombardeio de informações de desvios de verbas públicas, funcionários-fantasmas, deputados que passam por cima das leis, etc, quem ainda acredita que existam "maçãs boas na cesta" é tachado de sonhador.

A política está em nossas vidas desde os primórdios da humanidade. Na Grécia Antiga, existiam as pólis, que eram cidades-estado independentes em que vigoravam os mais diversos tipos de sistemas políticos, as principais pólis eram Atenas e Esparta. Nessas potências vigoraram os mais diversos sistemas políticos: monarquia, diarquia, tirania, democracia, plutocracia, oligarquia, etc. Mas apenas a democracia que nos é importante o estudo neste momento, pois é o regime que vigora no nosso país de jure. A democracia ateniense difere da nossa por ser direta — onde os cidadãos decidem diretamente um determinado assunto por votação — e por não admitir participação no cenário político de escravos, mulheres e estrangeiros. Os homens atenienses se reuniam em praça pública e qualquer um, acima de 21 anos e filho de pai e mãe atenienses, tinha direito à palavra em um determinado assunto em debate.

Mais de mil anos depois, numa Europa moderna, os sistemas políticos que vigoravam eram, em suma, as monarquias absolutas — reis sucediam-se nos tronos e governavam seus territórios de acordo com a sua vontade. Não havia votação, a nobreza e a alta burguesia se beneficiavam nas cortes europeias enquanto as populações pobres trabalhavam excessivamente pra poder se manter.

A partir dos séculos XVIII e XIX as novas ideologias foram alterando os governos por meio de reformas ou das revoluções (exemplo: revolução francesa). Questões importantes como os direitos do homem, o sufrágio feminino, liberalismo econômico e etc foram levantadas, abalando as velhas estruturas. Os países europeus industrializados começaram a ser pressionados por grandes setores e uma a uma, as monarquias deixaram seu passado absolutista e, a partir de agora, os reis tiveram seus poderes limitados por constituições.

Atualmente, num mundo cada vez mais dinâmico, onde as informações chegam a cada instante seja pela tv, pelo jornal, computador ou celular, a situação deveria ser diferente da atual, onde parece que há um total desinteresse por questões políticas que se não fiscalizadas e cobradas pela população serão esquecidas ou mesmo nem discutidas. A visão da política que a maioria da população mal-informada tem é de que é um meio de enriquecer rapidamente, deixando de lado bons preceitos morais e o bem comum em benefício do bem próprio. Política é essencial em nossas vidas; o homem, — que como escreveu Aristóteles, é um zoon politikon — devia se comportar como tal e não só estar observar a vida política de seu país e do mundo, mas como também participar delas ativamente.